Odair de Paula Odair de Paula

Rei Sem Coroa

Cheguei arrastando a espora e o salão tava lotado
Chapéu quebrado na testa e a velha gaita do lado
Ao perceber minha presença no palco fui convidado
Entrei fazendo zoeira toquei milonga e rancheira
E um vaneirão bem duetado.

Só a poeira que subia no abrir e fechar do fole
Madeira que era bruta acabou ficando mole
Quem se fazia de rei, esqueceu sua coroa
Foi saindo de fininho e além de perder o caminho
Ficou com cara de broa.

Quem nasceu pra ser artista não pode temer a nada
Nasci pra alegrar meu povo de voz e gaita afinada
Em cada fã um amigo, sempre fica uma saudade
Gosto daquilo que faço em todo lugar que passo
Deixo laços de amizade.